quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Feminismo

O que me deixa mais puta com os argumentos de muitos homens sobre o feminismo, é que eles argumentam com base em coisa que eles não estão satisfeitos: "A mas e o alistamento militar obrigatório?" "vocês se incomodam com os esteriótipos de beleza femininos mas não dão tanta ênfase no mesmo problema em relação ao corpo dos homens", etc. Tudo muito legítimo em sua substância. Mas a grande questão é: nós lutamos contra essas coisas e contra MUITAS outras porque nos incomoda, nos oprime. Somos privadas de muito a muito tempo. Se vocês se sentem incomodados e oprimidos seja lá pelo que for, por que não se organizam também pra lutar contra isso? Não é mais simples, mais lógico e mais eficaz do que encher o saco toda vez que falamos alguma coisa?
Lutem vocês contra o alistamento obrigatório ou lutemos todos nós pra que tenhamos oportunidades iguais, porque nós ainda estamos lutando pra poder estar por livre e espontânea vontade nas forças armadas. Pesquisem e vão saber que só ANO PASSADO, em 2014 depois de muita LUTA tivemos a primeira turma de mulheres na marinha, na aeronáutica não é diferente. Critiquem vocês a objetificação e idealização dos corpos masculinos, porque nós já estamos fazendo isso. Nós já questionamos por que não há fraldários nos banheiros de vocês, entre outras questões que eu quase nunca vejo homens levantarem uma bandeira em CAUSA PRÓPRIA.
Ninguém além de nós luta pelo que nós queremos. E é muita pretensão querer que só com vocês seja diferente. 
E sobre a louça pra lavar? Nossa... a famigerada louça pra lavar... se vocês não tiverem mais nenhum argumento, não usem esse. Podem ter certeza que das nossas pias cuidamos nós. Cresçam e vão vocês lavar suas próprias louças ao invés de criticar o que vocês não vivem.

quarta-feira, 22 de julho de 2015

"Não pode aqui"

Assisto, de manhã, a seguinte cena: um menino de no máximo 15 anos vendendo bala no metrô, entra um guarda: "não pode vender aqui." Ele sai. Enquanto o vagão está partindo é possivel ver os dois caminhando juntos em direção a saída. 
A noite, o mesmo menino, no mesmo vagão que eu. Novamente assisto: "meu nome é Pedro, desculpem o incomodo. Minha irmã perdeu o emprego e minha mãe está doente. Estava vendendo bala de manhã e ofereceria pra vocês se os guarda não tivessem tomado elas tudo." Nesse ponto ele começa a chorar. "É muito humilhante ter que pedir mas se alguem puder me ajudar, que Deus abençoe". As pessoas se compadecem. As bolsas abrem, as moedas fazem barulho, ele recolhe agradecido: "Deus te pague". Ouço passos. Eu não vi o guarda no fundo do vagão, nem Pedro, mas ele viu: "não pode pedir aqui."
O menino agradece a todos e sai. 
Não pode vender aqui. Não pode pedir aqui. 
O que será que ele vai tentar agora? Tomara que a irmã consiga um emprego, espero não ver o rosto de Pedro estampado em um jornal qualquer se referindo a ele como "menor".

sábado, 18 de julho de 2015

Para a sua segurança, não ultrapasse a faixa amarela

As pessoas deviam levar isso pra vida e ver que existe uma faixa amarela em tudo.
O cartão tem um limite que se ultrapassado pode nos endividar; o alcool, quando exageramos nos leva a coisas que jamais faríamos sóbrios. Comer mais do que podemos, dormir menos do que deveriamos, trabalhar e estudar mais do que conseguimos. Faixa amarela, de um passo pra trás.
Do mesmo modo, interiormente temos limites que devem ser respeitados: não se aproxime de mais dos medos, ansiedades e paranóias das pessoas pois você pode cair nos trilhos e ser atingido por um trem que nem viu chegar. Por outro lado, você pode facilmente ser esse vagão que atropela os outros, não intencionalmente, mas porque invadiram seu espaço: ultrapassaram sua linha amarela. O que se pode fazer é emitir avisos de segurança como o metrô: nessa tristeza você não mexe, nesse assunto por favor não toque, respeite minha fé, meu passado e o que quero do futuro. Mantenha a sí a ao outro seguro. 
Quem sabe assim consigamos as vezes embarcar com segurança em um trem que nos leve a algum lugar.

quinta-feira, 9 de julho de 2015

Conto de fadas

No metrô, passa um homem: short e regata, bolsa de academia. Ninguém repara. Só um cara cuidando de sua própria vida usando as roupas que escolheu pra malhar: ninguém tem nada com isso.
Em seguida, entra uma moça: legging, tênis, regata. Bolsa de academia. Ela desce na estação seguinte, mas as roupas que ela escolheu são da conta de todos, que se perguntam, aos burburinhos, como essas "piriguetes" não sentem frio e se "pra malhar precisa mesmo disso".
E o machismo não existe, isso é tudo fantasia de mulher vitimista.

segunda-feira, 6 de julho de 2015

"Somos todos Maju"

O recente caso de racismo na internet contra a apresentadora de meteorologia da rede Globo Maria Júlia, e a comoção do público que resolveu protestar subindo a tag "somos todos Maju" me fez refletir sobre as atitudes das pessoas tanto online quanto no cotidiano.
No dia a dia, muitos (disse muitos, não todos, veja bem) usam expressões como "nossa, que serviço de preto" se referindo a um trabalho mal feito ou "amanha é dia de branco", como se não tivesse sido os negros que trabalharam pra erguer o império. Você não é Maju.
Tem também o "você é tão bonita, porque não arruma/penteia/prende/alisa esse cabelo?" "Porque usa esses turbantes?". Você acha normal o núcleo negro da novela ser a vagabunda, a empregada, o bandido mau caráter, o ladrãozinho de viela? Ta enraizado. Você não é Maju.
Quando você vê um negro na rua, você muda de calçada, senta em outro lugar no ônibus porque ele parece suspeito e acha normal que a polícia pare mais negros nas blitz e que os enquadre mais na rua pelo mesmo motivo. Você não faz nada quando presencia uma situação de racismo.Você não é Maju.
Você tem vergonha de se auto declarar negro e se diz "moreninho/mulato/moreno escuro" ou se refere assim as pessoas pois acha que dizer que ela é negra é uma ofensa. Qual é a vergonha da sua cor? Da cor dos outros? É aquela que a parcela da sociedade que agora se declara como Maju colocou em você.
Muitos de fato se comoveram pois de fato são contra o racismo, acredito que muitos realmente sejam Maju em seu sentido mais amplo de luta e aceitação.
Mas a maioria não. A maioria tem que parar pra se analisar.

segunda-feira, 22 de junho de 2015

Megalópole

A poesia me consome. Queima, arde. Mas não sai.
Se instalou nas pontas dos meus dedos, no fundo do meu peito. Sinto-a escorrer pelos cantos dos olhos e da boca, que constatam uma realidade tão diferente do poema que sinto e desperdiçam frases avulsas em meio a um mundo ainda mais avulso a si mesmo.
A poesia me consome. Queima, arde. Mas não sai.
Vai pelas ruas onde constato a dualidade das coisas: As lojas, o shopping, o banco. A pobreza iminente.
Os restaurantes, os bares, a cafeteria frondosa. A fome impiedosa.
As propagandas, outdoors, comerciais, as rede sociais. A carência.
Os celulares, tablets, notebooks. A distância.
Os livros, revistas, bancas de jornal, os portais. A desinformação.
As casas, prédios, os conjuntos habitacionais. O vento. O frio dos corpos e das almas vãs.
Os saltos altos, sapatos e tênis de marca. Os pés descalços nas calçadas. As pessoas não se lembram de onde vieram nem sabem pra onde vão.
Os grafites, pichações, os artistas de rua. Vozes que gritam em meio ao silencio sem serem ouvidas.
A poesia consome. Queima, arde.
A cidade.

quinta-feira, 18 de junho de 2015

Epifanias

Penso que a dificuldade de um fotógrafo em conseguir capturar uma cena exatamente da forma como a viu, com olhos únicos, encontrando em um momento a beleza que ninguém mais conseguiu notar é a mesma de quem escreve de conseguir expressar em palavras uma ideia, uma situação, um sentimento da forma que estes o acometeram, exatamente como o atordoaram... De modo que as lentes, câmeras, papéis e as inúmeras canetas tem o mesmo intuito: transmitir e imprimir a alma do artista.

terça-feira, 9 de junho de 2015

Sobre senso de espaço

Creio que todos estejam cientes da polemica que ocorreu na parada LGBT desse fim de semana, onde uma transexual, Viviany, foi representada pregada sobre a cruz. Creio que todos já se posicionaram e agora é minha vez.
Penso que os dois lados estão errados. Eu compreendi perfeitamente a mensagem que tentou ser passada pela trans na parada. Entendo perfeitamente que não foi uma sátira e sim uma alegoria, uma analogia entre o sofrimento de Cristo na cruz, que foi marginalizado, perseguido e morto pela maioria e a dos homossexuais que sofrem o preconceito e o descaso da sociedade como um todo, foi um pedido de socorro, eu compreendo. Porem, por usarem o simbolo sagrado de uma religião que, apesar se pregar o amor de Deus como pai (veja bem que pai é um ser que te ama independente de qualquer coisa, mas não concorda com tudo que você faz) e que todos podem ser salvos (quando querem), tem princípios bem fundamentados de que homossexualidade é pecado, logo, a imagem se torna controversa e é compreensivel a insatisfação da comunidade cristã, mesmo que vocês "sejam responsáveis pelo que falam e não pelo que os outros entendem", dizer que não esperavam o tumulto é muita pretensão e inocência.
Por outro lado, os cristãos, sejam evangélicos ou católicos, embora estejam certos em defender o simbolo que representa sua fé de ser vinculado ao que a mesma não prega, já que "Deus não se deixa escarnecer" (gálatas 6-7) e que "Quem o confessar na terra, Jesus tambem o confessará no céu" (lucas 12.8) estão errados na forma como lidaram com a situação e como estão "confessando" a Deus, mostrando não o amor de Cristo, a paciência e a compreensão que é pregada pelo mesmo, mas ódio. Não é errado defender o que se acredita, mas creio que existe a maneira certa de fazê-lo, Cristo disse em colossenses 3:11-15: "Suportem-se uns aos outros e perdoem as queixas que tiverem uns contra os outros. Perdoem como o Senhor lhes perdoou. Acima de tudo, porém, revistam-se do amor, que é o elo perfeito.
Que a paz de Cristo seja o juiz em seus corações, visto que vocês foram chamados a viver em paz".
Dito isso, penso que não existe quem esteja 100% certo ou errado nesse contexto e acredito que a fé e sua representação legitima deve ser defendida pelos que nela creem e que a comunidade LGBT, enquanto pessoa e cidadãos que são, devem ser livres para escolher o que quiserem de suas vidas, de seus corpos e crenças sem que ninguém se sinta no direito de interferir ou de opinar onde não foi chamado.
Cada um na sua cama. Cada um com sua fé.

Cada um no seu quadrado.

Coerência

Fico pensando que tem muito cristão que me faz entender porque tanta gente é conta Deus e a igreja, talvez pensem que todos são igualmente estúpidos e que o indivíduo represente a totalidade de uma fé. Jesus é mais do que aqueles que não entenderam suas palavras e agem como se fossem santos e não pecadores a serem salvos. Jesus é amor.
Da mesma forma, alguns homossexuais condenam toda a comunidade LGBT a ser repudiada pela maneira como agem, com tanta intolerância a outros setores da sociedade quanto o que eles mesmos sofrem. Os gays são mais do que "desajustados que precisam ser curados". São pessoas. Merecem amor. 
Jesus é amor. Tão entendendo?
Ele veio pelos pecados do MUNDO. Dos gays, dos héteros que transam antes do casamento, dos mentirosos, dos hipócritas, dos que desobedecem os pais, dos que não respeitam o chefe, dos que vem a pobreza e não estendem a mão, dos que traem, dos que matam, dos que não creem. 
Entendam isso, não existe "pecadinho e pecadão" a homossexualide, biblicamente é pecado? SIM, além de todos esses citados anteriormente. Estão na mesma bíblia que você usa pra CRUCIFICAR seus semelhantes sem olhar no espelho. Estamos todos errados em algum ponto e você NÃO MERECE mais o amor de Deus do que qualquer outra pessoa por seus pecados serem diferentes dos delas. Isto porque na verdade não há nem um homem justo sobre a terra, que faça o bem, e nunca peque (eclesiastes 7-20).
Vamos tomar cuidado com o que condenamos. Cuidado com quem você diz que "vai pro inferno" e com os pecados que você aponta nas pessoas, porque com a mesma medida que medirdes, sereis medidos tambem (Lucas 6.43:38) e porque não estamos aqui pra julgar. Jesus é o único Justo Juiz (2 Timóteo 4:8) você não, você fica de boa.

terça-feira, 10 de março de 2015

Fundamentação para um Impeachment

Em meio a toda essa onda de pedidos de Impeachment eu fico me perguntando se metade das pessoas sabem o que isso significa e o que é necessário pra ser conseguido. E eu duvido. Então vamos esclarecer. Para destituir um presidente ou seja quem for de seu cargo público é necessária uma denúncia válida de crime comum, crime de responsabilidade, abuso de poder, desrespeito às normas constitucionais ou violação de direitos pátreos previstos na constituição. Depois disto, é necessário que as denúncias sejam apuradas através de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (a tal da CPI), e o relatório da análise das acusações tem que ser divulgados.
Depois disto, a camara deve analisar o relatório da CPI e dar um parecer, que deve ser votado pela Câmara, e, se ele for aprovado por pelo menos dois terços do plenário, então se cria uma comissão especial para julgar o presidente.
Essa Comissão tem dez dias para apresentar um novo relatório que pode ou não confirmar as acusações e, supondo que elas sejam confirmadas, acontece uma nova votação na Câmara. Nesse ponto, também é necessário que pelo menos dois terços dos parlamentares sejam favoráveis ao pedido de impeachment que, se for aprovado, deve ser julgado em um prazo de até 180 dias.
Durante esse período, o acusado fica afastado, e o Senado é transformado em um tipo de tribunal presidido pelo Presidente do supremo tribunal federal. Então os senadores tomam o papel de jurados, e se for decidido que o presidente é culpado, ele simplesmente é vetado de retornar ao cargo. E advinhem só? Noticia bombástica pra muitos: não vai ser o Aécio que vai assumir, e sim o vice presidente, no caso, Temer, do PMDB, que esteve sob suspeita de ter participado de dois escândalos de corrupção, sendo o primeiro em 2009, quando seu nome apareceu 21 vezes na operação Castelo de Areia, da Polícia Federal, que tem como alvo principal a construtora Camargo Corrêa, investigada por crimes financeiros e supostas doações ilegais a partidos... Caso ele não possa assumir por algum motivo, quem assume é o presidente do senado, no caso o honestíssimo Renan Calheiros, sobre o qual eu nem acho que precise comentar. Olhem que beleza.
Onde eu quero chegar com tudo isso? Que pra destituir um presidente não basta vocês estarem insatisfeitos com o governo, por mais que essa insatisfação seja justificável, é preciso muito mais. Era só isso mesmo.

segunda-feira, 9 de março de 2015

Superficial análise do Pai nosso

Cheguei a uma conclusão: todos dentro de uma religião cristã, seja ela católica ou protestante, "reza" o Pai nosso durante toda a vida sem ao menos pensar realmente no que está dizendo. Veja bem: "Perdoai as nossas ofenças assim como nos perdoamos a quem nos tem ofendido".
Vejam como isso é sério. Se cada um de nós fizesse uma análise da própria vida e vissemos todos os nossos defeitos, tudo que aos olhos de Deus é impuro e imperfeito e depois parassemos pra avaliar nossos relacionamentos, a maneira como lidamos com as mágoas e com as atitudes negativas dos outros, a forma como somos muitas vezes incapazes de perdoar coisas tão pequenas, refletiriamos mais ao fazer reverência a Deus de forma tão mentirosa.
É preciso sempre avaliarmos a nós mesmos antes de pensarmos que temos o direito de julgar as atitudes de alguém, sendo nós em nossa totalidade tão errados, não podemos agir como juizes conhecendo tão pouco aos outros e principalmente a nós. Me baseando nisso, pensei no que diz em Lucas - 6; 37,38: "Não julgueis, e não sereis julgados; não condeneis, e não sereis condenados; perdoai, e sereis perdoados... Pois com a mesma medida com que medirdes vos medirão tambem.."

domingo, 8 de março de 2015

O nome da Rosa

Vamos falar sobre o o real significado do Dia da mulher.
No dia 8 de março de 1857, em Nova York, um grupo de aproximadamente 130 tecelãs de uma fábrica de tecidos fizeram uma greve. Reinvidicavam melhores condições de trabalho:  redução da carga horária de 16 para 10 horas, equiparação do salário feminino com o masculino, pois, naquela época, o salário de uma mulher em relação ao de um homem era de pouco mais de um terço e respeito no ambiente de trabalho.
Mas, a manifestaçao foi reprimida, como a mulher, até então, sempre havia sido. A fábrica foi queimada com as funcionárias dentro, um verdadeiro ato de barbárie
A partir de 1859, começa a surgir na Rússia, na cidade de São Petersburgo, um movimento de luta pelos direitos das mulheres. Algum tempo depois, em 1862, durante as eleições municipais, as mulheres puderam votar pela primeira vez na Suécia.
Quando chegou o ano de 1866, no Reino Unido, o economista John S. Mill chutou o balde do patriarcado e escreveu exigindo o direito de voto para as mulheres inglesas. Um homem se importou, a chama estava se alastrando.
Décadas depois, no dia 24 de fevereiro de 1932,  um marco na história da mulher brasileira:  foi instituído o voto feminino. E apenas em 1975, a Onu, dando uma folheada no livro de história (recomendável a todos, fica a dica), compilando todos esses fatos e usando o primeiro que citei como base a data, instituiu o Dia internacional da mulher.
Agora vamos parar pra pensar: a jornada de trabalho foi reduzida em 8 horas, ótimo, uma conquista não só pras mulheres mas pra todos. Porem, estamos em 2015 e eu ainda entro em sites de pesquisa de mercado e advinhem só, eu vejo tabelas de salários "masculinos X femininos", pra profissionais formados no mesmo curso e na mesma universidade.
Será mesmo que a luta acabou? Será que, como dizem alguns "o que tinha pra ser conquistado ja foi"?
Ainda existem escravas sexuais no mundo árabe, ainda existe casamento aranjado e infantil na India, mulheres ainda tem seus clítoris cortados todos os dias para que não tenham direito ao prazer.
O 8 de março perdeu seu sentido original e se tornou uma data comercial e festiva. Dá-se flores e presentes as mulheres, sem entender suas reais necessidades, as lutas passadas e as que ainda precisam ser vencidas.
Pois é, quase não é lá MESMO.
Adoramos flores, mas mudem o nome da rosa pra Respeito.

quarta-feira, 4 de março de 2015

Classe: "povo pobre"

Estava ontem em uma loja no shopping C3, na Avenida paulista, e ouço essa conversa entre duas moças: "Fui fazer compras com a minha mãe ontem no mercado do lado do meu prédio, e sabe quem estava fazendo compras lá também? O porteiro. Você tem noção? Não basta a gente sustentar esse "povo" pobre pagando imposto, o governo dá "bolsa tudo" pra eles ainda irem fazer compra em mercado caro".
E a outra responde: "Tem uma meia dúzia também na minha sala da faculdade, você olha e sabe que é Prouni".
Que conclusão da pra chegar com isso? A elite tá puta porque tem pobre tendo acesso aos mesmos lugares e as mesmas oportunidades que eles.
Mas... todos vão ter que engolir a gente. Vamos pintar esses super mercados e essas faculdades todas de "povo".