terça-feira, 9 de junho de 2015

Sobre senso de espaço

Creio que todos estejam cientes da polemica que ocorreu na parada LGBT desse fim de semana, onde uma transexual, Viviany, foi representada pregada sobre a cruz. Creio que todos já se posicionaram e agora é minha vez.
Penso que os dois lados estão errados. Eu compreendi perfeitamente a mensagem que tentou ser passada pela trans na parada. Entendo perfeitamente que não foi uma sátira e sim uma alegoria, uma analogia entre o sofrimento de Cristo na cruz, que foi marginalizado, perseguido e morto pela maioria e a dos homossexuais que sofrem o preconceito e o descaso da sociedade como um todo, foi um pedido de socorro, eu compreendo. Porem, por usarem o simbolo sagrado de uma religião que, apesar se pregar o amor de Deus como pai (veja bem que pai é um ser que te ama independente de qualquer coisa, mas não concorda com tudo que você faz) e que todos podem ser salvos (quando querem), tem princípios bem fundamentados de que homossexualidade é pecado, logo, a imagem se torna controversa e é compreensivel a insatisfação da comunidade cristã, mesmo que vocês "sejam responsáveis pelo que falam e não pelo que os outros entendem", dizer que não esperavam o tumulto é muita pretensão e inocência.
Por outro lado, os cristãos, sejam evangélicos ou católicos, embora estejam certos em defender o simbolo que representa sua fé de ser vinculado ao que a mesma não prega, já que "Deus não se deixa escarnecer" (gálatas 6-7) e que "Quem o confessar na terra, Jesus tambem o confessará no céu" (lucas 12.8) estão errados na forma como lidaram com a situação e como estão "confessando" a Deus, mostrando não o amor de Cristo, a paciência e a compreensão que é pregada pelo mesmo, mas ódio. Não é errado defender o que se acredita, mas creio que existe a maneira certa de fazê-lo, Cristo disse em colossenses 3:11-15: "Suportem-se uns aos outros e perdoem as queixas que tiverem uns contra os outros. Perdoem como o Senhor lhes perdoou. Acima de tudo, porém, revistam-se do amor, que é o elo perfeito.
Que a paz de Cristo seja o juiz em seus corações, visto que vocês foram chamados a viver em paz".
Dito isso, penso que não existe quem esteja 100% certo ou errado nesse contexto e acredito que a fé e sua representação legitima deve ser defendida pelos que nela creem e que a comunidade LGBT, enquanto pessoa e cidadãos que são, devem ser livres para escolher o que quiserem de suas vidas, de seus corpos e crenças sem que ninguém se sinta no direito de interferir ou de opinar onde não foi chamado.
Cada um na sua cama. Cada um com sua fé.

Cada um no seu quadrado.

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