sábado, 24 de setembro de 2011

Confissão

 Teus olhos sabem bem como me olhar
Tua boca conhece os caminhos a percorrer...
Tuas mãos conhecem o mapa do meu corpo:
Planaltos, planícies, montanhas e depressões...

 Ao poder deste olhar
Sinto-me nua e desprotegida,
Tira-me as armas, derruba meu exército, e as fronteiras não existem mais...

 Tua pele de encontro a minha
È toque particular,
Teu corpo carrega em si divindade tamanha,
Que nem em mil anos do meu poderia se apagar...

 Vou admirando este momento
Da janela do meu coração
De onde assisto tão grandiosa entrega...

 Novamente cedo-te os aposentos de minha alma
E me pergunto se algum dia saístes de lá...

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Troca de olhares

 Olhos de ressaca. Assim eram definidos por Bentinho, os olhos de Capitu.
 Mas e os olhos dele? Como posso defini-los? Como encontrar as rimas certas para expressar a poesia contida naquele olhar, que não se continha em me olhar, fitar-me a alma e questionar-me os sentimentos?
 Eu tenho certeza que ele viu, com aqueles olhos doces e atrevidos, a verdade escondida por trás dos meus ternos olhos de indiferença. Ele vira. Vira todo meu sentimento. E não contentando-se em vê-los, me abraçou e os sentiu. Desarmando-me. Nesse momento as máscaras que vínhamos usando caíram e nenhum de nós conseguiria mais esconder, o que vimos um no outro a olho nu...