domingo, 15 de julho de 2012

Acontecimentos

 Neste momento tudo acontece; as coisas acontecem em nós, e além de nós, publicamente.
Somos apenas o eixo que atravessa encontros, desencontros, e até mesmo a súbita sessão do imprevisível.
Tudo exibe e retorce o seu flagrante e os maiores absurdos continuam caindo sobre os homens.

Há quem esteja agora trabalhando.
Alguns sorriem, outros choram e gritam.
Há também os que sufocam o grito e jogam os punhos para cima, amortecendo a camisa de força do destino.

Mas há também sonâmbulos que lustram a prata da palavra,
e os que sabem que a arquitetura do silêncio é outro lugar comum, outro descarte inútil, outro lance na solidão.

                          ...

...Tudo o que se faz aqui, em busca do ego, comparo ao mar, lançando espuma contra a serenidade dos rochedos.

sexta-feira, 6 de julho de 2012

O indivíduo e a sociedade

 O ser humano é um ser que busca sentido. Mas qual é o sentido real em viver? Porque as pessoas vivem? Porque algumas pessoas existem-no-mundo enquanto outras são-no-mundo?
Vendo de um ponto de vista onde "minha vida faz sentido, logo, existo" o fato é que a grande maioria dos seres humanos não precisaria estar viva. E isso é meio triste. Saber que a maioria das pessoas não se pergunta o motivo de estarem aqui. Acordam todas as manhãs, abrem suas janelas rotineiramente, e nem se dão mais conta do dia que se abre por trás dela. Das possibilidades de fazer algo diferente, de ser diferente, de encontrar um propósito, de realizar um sonho, ser melhor..
  E assim as vidas se vão, muito rápido, sem que nada de realmente marcante tenha sido vivenciado. As pessoas levam para os seus túmulos tudo que o queriam em vida, e que, muitas vezes, não tiverem coragem suficiente pra correr atrás. Morrem com sonhos que poderiam ter sido realizados com um pouco mais de esforço. Cada vez mais eu penso que o mundo está muito cheio, de gente muito vazia. .

  De quem será que é a culpa disso? será que é só das próprias pessoas como indivíduos? Talvez não. Talvez seja mais que isso. No fundo, o problema é a massa, as pessoas como sociedade. A sociedade impõe padrões de vida, dita a moda, diz o que você deve ouvir, do que deve gostar. E em meio a tudo isso, a tantas coisas fúteis e muitas vezes inalcançáveis, a maioria desiste. Desiste dos próprios sonhos, dos próprios ideias, pra correr atrás do que é melhor visto em uma sociedade de ideais falidos. 
 Se todos se esforçassem um pouco mais pra pensarem sozinhos, fora da bolha sem ar que as cerca e que não permite, de forma muito subjetiva, que se tenha idéias realmente originais, criativas e revolucionárias, viveríamos em um mundo com muito menos pessoas frustadas com as próprias vidas. 
 A triste verdade é que a maioria não está de fato vivendo, abrangendo todos os possíveis significados dessa palavra, lutando por um ideal. Estão apenas passando por aqui, pensando que a passagem será eterna. Realmente lastimável a forma que a sociedade tem de matar as pessoas que "vivem".

Superficiabilidade

 O que mais vejo hoje em dia são pessoas se preocupando com coisas fúteis que não darão nada de positivo para elas no futuro. E a forma mais visível disso são as redes sociais. Infelizmente acho que pelo fato delas exporem demais o indivíduo, e de que requerem muito tempo pra isso, você acaba percebendo o quão vazias algumas pessoas podem ser. E isso é surpreendente! Eu acho. Porque a internet é um mundo de possibilidades, até mesmo nas redes sociais se pode fazer mais do que postar detalhes minuciosos e inúteis do seu dia, falar sobre cinco amores eternos por ano (chutando baixo), e mandar indiretas pra pessoas que ás vezes, nem te seguem.
  As pessoas tem se preocupado tanto com superficialidades, que se esquecem que o relógio da vida age com crueldade com quem se baseia apenas na aparência. Construir uma casa começa pela fundação e o acabamento é última coisa que se faz, mas é a primeira que é destruída pelo tempo. E a maioria se preocupa mais com o que parece, com que os outros pensam, do que com o que elas pensam sobre si mesmas. Estão mais interessadas em parecem "boas", no conceito dos que ela admira e pelos quais quer ser admirada, do que serem realmente boas como seres humanos, como pessoas.
  Mas sabe qual o que me consola? é que o mundo gira rápido e com um propósito. Um dia ou outro, as pessoas vão se dar conta dos erros que tem cometido. Tomara que não seja tarde.