A tecelã
Estava
no trem e vi uma senhora tricotando. Ela tecia um cachecol com suas
agulhas, tão concentrada, como se aquilo fosse uma ciência, como se
tecesse o destino do mundo inteiro. Cuidadosamente entrelaçava os fios com
o cuidado de quem liga uma vida a outra. As mãos, negras e frenéticas,
marcadas pelo tempo, prova da maestria, não paravam.
Seus longos
cabelos desciam pelos ombros e ela os tirava da frente antes de puxar o
novelo para tirar um pouco mais de linha, como se tivesse receio de unir
um daqueles fios brancos a tantos outros coloridos e alegres do
cachecol, que tecia sorrindo.
Estava no trem e vi uma senhora tricotando. Todos a olhavam, mas acho que só eu á via.
Ê pretinha, seus textos me deixam sem chão.
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