segunda-feira, 8 de julho de 2013

Redundância

 Dizem que não são as respostas que movem o mundo e sim as perguntas. Parei pra pensar nisso e advinhem só, cheguei a várias respostas. Uma mais inconclusiva que a outra. Não interessa quantos textos eu escreva e quantas frases eu formule, as coisas que eu comece a falar sozinha e grave e regrave pra ouvir depois e tentar chegar a alguma conclusão, a conclusão não vem. Mas, vamos lá.
 E se tivéssemos a resposta pra perguntas do tipo: quem somos? De onde viemos? O mundo foi criado ou evoluiu? Ou evoluiu depois de ser criado? Como se organiza a sociedade? Como se compõe o sistema? Por que é tão difícil viver em paz?
Se eu for citar todas as perguntas, não vou terminar nem hoje, nem nunca. Mas, voltando ao que eu estava dizendo, talvez o fato principal de não conseguirmos responde-las seja porque, se respondêssemos, o mundo pararia de girar. Por mais ínfimas e parciais que fossem as respostas, a maioria se daria por satisfeito. E isso resultaria numa eminente estagnação.
 Imaginem se a ciência encontrasse a resposta pra todos os problemas? Seria ótimo, não? Mas e depois? O fato é que no caminho de encontrar as respostas pra determinadas perguntas, os cientistas acabam encontrando as respostas de outras e/ou encontrando novas perguntas. Causando dessa forma a evolução do método cientifico, fazendo o mundo girar de modo que uma pergunta se torna uma resposta parcial a outra, e assim elas vão se interligando, formando verdades totalmente inquestionáveis. Até que surgem novos pensadores, novos loucos e hereges que as absorvem, contestam e as derrubam. Provando que a verdade é que a única certeza da vida é que as perguntas são infindáveis.
 Talvez esse seja o sentido de tudo. Perguntar, e perguntar infinitamente. Refletir trinta vezes sobre o mesmo assunto, estudar, escrever, falar e se inquietar e não conseguir dormir. Exercer o que só uma pessoa pode fazer: pensar. No fundo, essas perguntas sem resposta estão ai pra isso. Pra nos lembrar de que não podemos dormir, acordar todas as manhas, abrir a janela, olhar pra fora e ver o mundo como algo normal. Porque não é. A vida que se desenrola e surge a cada minuto diante dos nossos olhos é assustadora, minuciosa e sublime. Se não fossem essas perguntas sem resposta, talvez parássemos de pensar ao ponto de não sabermos  o porque de nos inquietarmos, de nos incomodarmos, de que é isso que nos difere de todas as outras criaturas no mundo. Precisamos construir a nós mesmos e as coisas a nossa volta, e não existe outra forma de manter essas construções em pé sem os blocos das perguntas. Porque as perguntas são imutáveis mesmo depois de respondidas, as resposta não, não servem de alicerce.
 Existem pessoas que não se questionam, não tem nenhuma pergunta. Logo, nenhuma resposta. E sem ambos ou pelo menos um dos dois, qual é o sentido de viver? Não há sentido. Elas parecem não saber que tropeçam todos os dias nos nós traçados pelo destino. E o destino? Ele existe? O destino é um deus, e segue incompreendido e cego. Como nós. Ceguíssimos... Mas, existe? Não sei. E qual o problema afinal de contas? É só mais uma pergunta pra compor a listas das que vão tirar meu sono um dia desses.

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