segunda-feira, 15 de abril de 2013

O poente

 Ò noite, eu te desejo e anseio o teu abraço macio como o luar, quieto como o jazigo.
A fadiga me esvai, domina-me o cansaço do tédio; como um boêmio feliz eu vim dormir contigo...

 De sonho em sonho andei. Fui poeta, fui sonhadora.
Corri atrás do tempo e me perdi no espaço e vi se desfazer meu pensamento antigo e em sangue transformar-se a sombra do meu passo.
 Um dia, a procurar-te, olhei para o poente: na estranha solidão da tarde, impertinente, um pássaro de sol crepusculava a esmo.
 Então te encontrei e, em meu triste abandono, disfarcei meus olhos na volúpia do sono e caminhei contigo em busca de mim mesma.

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